Desigualdades educacionais e no mercado de trabalho de jovens indígenas e não indígenas

De acordo com o Censo 2022, o Brasil possui cerca de:

1,7 milhão
de indígenas

=

0,83% da população
brasileira

Isso representa
quase o dobro
da população
indígena de 2010.

O Censo 2022 ampliou a participação de recenseadores indígenas para facilitar a comunicação e a entrada em territórios antes não visitados, como por exemplo em terras Yanomami. Essa estratégia melhorou a contagem e as informações sobre as condições de vida dos povos indígenas.

Luciene Kaxinawá
(jovem indígena, jornalista do Canal Futura)

Com relação à
juventude de
15 a 29 anos
(Censo 2022 - IBGE):

Eram mais de

443 mil jovens indígenas
no Brasil em 2022,

equivalente a quase 1% das juventudes.

A maior concentração
de jovens indígenas está
no Norte e Nordeste.

Taxa de analfabetismo

De acordo com o Censo 2022, o Brasil possui cerca de 25 mil jovens indígenas não alfabetizados = 6% da população jovem indígena. Em termos percentuais, esse resultado é 3 vezes maior que a taxa de analfabetismo da população jovem não indígena.

Jovens indígenas

Jovens não indígenas

Jovens indígenas:

6%

Jovens não indígenas:

2%

A taxa de analfabetismo de jovens indígenas dentro de terras indígenas é três vezes maior que a de jovens indígenas fora de terras indígenas.

Em terras indígenas

Fora de terras indígenas

Em terras indígenas:

10%

Fora de terras indígenas:

3%

Jovens indígenas fora da escola (PnadC 2023)

Em 2023, no Brasil, 27,1% dos jovens indígenas estavam fora da escola, sem concluir a educação básica. Entre os jovens não indígenas, a proporção era de 19%.

A baixa escolaridade das juventudes indígenas contribui para a maior dificuldade no acesso a oportunidades no mundo do trabalho.

O desafio do acesso ao direito à educação das juventudes indígenas relaciona-se a questões estruturais, como:

Falta de estrutura adequada das escolas em territórios indígenas

Baixo número de escolas para os anos finais do EF e Ensino Médio em territórios indígenas

Número reduzido de professores indígenas

As condições estruturais impactam a situação de estudo e trabalho das juventudes indígenas.

Luciene Kaxinawá
(jovem indígena, jornalista do Canal Futura)

Taxa de participação na força de trabalho de jovens indígenas e não indígenas

É menor o percentual de jovens indígenas participando da força de trabalho
(pessoas ocupadas e desempregadas)

Jovens indígenas

Jovens não indígenas

Jovens indígenas:

51%

Jovens não indígenas:

63,7%

Taxa de informalidade de jovens indígenas e não indígenas

Mais da metade dos jovens indígenas só encontra oportunidades na informalidade.

Rendimento médio do trabalho de jovens indígenas e não indígenas

O rendimento médio do trabalho de jovens indígenas é menor, se comparado aos jovens não indígenas.

Jovens indígenas ganham,
em média, 23% menos
que jovens não indígenas.

Investir em pesquisas sobre os meios de produção dos povos indígenas é um importante caminho para subsidiar políticas públicas de geração de renda. Estas devem respeitar a diversidade e as particularidades dos povos índigenas, além de fortalecer a sustentabilidade ambiental.

Luciene Kaxinawá
(jovem indígena, jornalista
do Canal Futura)

Fonte: IBGE. Pnad Contínua, 2º trimestre 2023.
IBGE. Censo Demográfico 2022, Plataforma SIDRA.

Nota: Dados que sinalizam a situação de estudo e trabalho das juventudes indígenas podem conter variações ao longo dos anos devido ao número reduzido de observações.

Elaboração: Núcleo de Pesquisa e Avaliação da Fundação Roberto Marinho.